Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
Os rendimentos dos agricultores nos Açores têm sido sujeitos a muitas condicionantes nos últimos anos, sendo cada vez mais instáveis, o que tem provocado junto do setor, desânimo e frustração que só são ultrapassados devido à resiliência e à capacidade de reação que existe no setor agrícola.
A fileira do leite continua a estar sob constante pressão, devido às indústrias continuarem a ser incapazes de valorizar uma matéria prima como o nossa, que é de excelência, e donde deveriam resultar produtos de qualidade, inovadores e diferenciadores, capazes de se afirmarem nos mercados duma forma eficaz e convicta. Ao invés, continuamos a produzir essencialmente leite UHT, leite em pó, queijo barra e flamengo, que são os produtos que menos valias geram e até mesmo em projetos que visam melhorar a fileira, como o das vacas felizes, ocorrem descidas de preço inexplicáveis, que desmotivam todos aqueles que aderiram a uma iniciativa, com características muito particulares.
Esta é a nossa realidade, por isso, a atividade reivindicativa não pode parar, nem estagnar, pelo que temos trabalhado arduamente para que sejam criadas medidas capazes de melhorar os rendimentos, muitas vezes precários, dos agricultores.
A nossa ação tem sempre como objetivo a melhoria das condições dos agricultores nos Açores, por isso, apelámos recentemente à antecipação das ajudas diretas da União Europeia a partir de 16 de outubro, nomeadamente até 70% do Posei e 85% das incluídas no Prorural+, atendendo à diminuição de rendimentos que tem ocorrido nas explorações, nomeadamente, na fileira do leite, onde o baixo preço de leite praticado e as limitações de produção impostas por algumas indústrias, refletem-se negativamente na atividade agrícola.
No âmbito estrutural, apresentamos recorrentemente ao Governo dos Açores soluções que visam melhorar o rendimento dos produtores de leite, seja através de alterações do Posei, seja no âmbito das medidas regionais, como foi o caso, da recente portaria dos cruzados, que permitirá aos produtores de leite, poderem ter mais animais de carne e com isso, menos produção de leite, sendo esta uma medida que deverá também, ajudar à restruturação da fileira.
Sabemos que para defender convicta e decididamente os agricultores, surgem sempre muitas e diferentes contrariedades, mas nunca abandonaremos nem abdicaremos da defesa intransigente da Agricultura, que é a maior e a melhor atividade económica da região.