Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
O novo Governo dos Açores recentemente empossado na Assembleia Legislativa Regional trouxe ao setor agrícola, algumas novidades, nomeadamente, pela alteração da sua orgânica, deixando de estar a agricultura associada ao ambiente, e também na sua composição, com a nomeação dum novo secretário regional da agricultura e florestas, que embora seja reconhecido pelo trabalho realizado noutras áreas, nunca lidou diretamente com o setor.
O novo secretário terá de enfrentar grandes desafios, e deve ser um elemento ativo na procura de soluções para a melhoria dos rendimentos dos agricultores, que têm decrescido significativamente nos últimos anos, devido a vários fatores, fundamentalmente europeus e mundiais, como no caso da fileira do leite, onde a abolição das quotas leiteiras, o embargo russo ou a diminuição da procura dos produtos lácteos, têm tido consequências dramáticas para muitas das explorações agropecuárias regionais.
Este são problemas reais, que a par doutros dossiers, como a revisão do Posei, a execução do Prorural+, a realidade dos setores da carne ou da diversificação agrícola, exigem de quem decide conhecimento e disponibilidade para que sejam encontradas as melhores soluções adaptáveis a todas as ilhas dos Açores.
Também, numa época de mudança de elementos do governo regional como esta, importa reconhecer os méritos de quem se dedicou ao longo dos últimos quatro anos ao setor agrícola neste cargo, e assim, o Eng.º Luis Viveiros (e sua equipa) merece uma palavra de reconhecimento pelo mandato que exerceu, num período muito difícil, onde a conjuntura internacional foi das piores das últimas décadas, nomeadamente, nestes dois anos finais, mas que, mesmo perante as dificuldades e adversidades, sempre demonstrou conhecimento dos assuntos, tendo sido leal, rigoroso e sério no relacionamento com os parceiros sociais.
Ao Eng.º João Ponte pede-se que se adapte e se inteire rapidamente dos grandes desígnios da Agricultura dos Açores, esperando-se igualmente dos restantes elementos do governo regional ligados ao setor, empenho e vontade no exercício das suas funções, sabendo que dos parceiros sociais, podem contar com total disponibilidade, numa colaboração que se pretende proveitosa para todos, porque o diálogo e a discussão das matérias, são decisivos na adoção das políticas agrícolas adequadas.
A Agricultura continua e continuará a ser a base da economia regional, porque as suas implicações na coesão da região são evidentes e amplamente percetíveis por todos, por isso, não podemos concordar com alguma desvalorização do setor de algumas tendências políticas existentes, que tendem a desprezar e a diminuir um setor de futuro nos Açores, pelo que, aguardamos que o Presidente do Governo dos Açores não abdique deste setor, mas ao contrário, o acarinhe e o ponha no seu devido lugar, porque se tal não acontecer, pode estar a cometer um erro histórico, com repercussões nas próximas gerações.