Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
A importância do setor agrícola na região é inegável, gerando impactos em toda a sociedade duma forma transversal, por isso, as politicas a implementar neste setor são fundamentais na coesão socioeconómica da própria região. Atualmente, a sociedade de informação instalada, obriga o governo regional a divulgar as suas mensagens regularmente, utilizando todos os meios ao seu alcance.
Quem ocupa cargos públicos tem de demonstrar à população o trabalho que vem fazendo em resultado das suas politicas, por isso, são veiculadas noticias duma forma sistematizada capazes de passar a mensagem pretendida. Infelizmente, no caso da agricultura e ao longo dos últimos anos e mesmo décadas, tem sido utilizado com frequência, a divulgação dos montantes financeiros de cada medida.
Assim, surge recorrentemente na comunicação social, o denominado discurso dos milhões, acontecendo mesmo nalguns casos, serem anunciados (embora com abordagens diferentes) os mesmos valores mais do que uma vez, numa tentativa clara de manipular a opinião pública. Também se verifica que alguns destes anúncios são extemporâneos, nomeadamente no caso das ajudas regionais, que por não existir uma calendarização dos pagamentos aos agricultores e também às organizações de produtores, provoca que o recebimento efetivo das verbas seja feito posteriormente ao anunciado e previsto, acumulando-se as dividas do governo regional, o que numa época difícil como a que atravessamos e perante os compromissos existentes, ainda é mais condenável.
Os agricultores pagam as suas contas ao estado, nomeadamente as referentes à segurança social ou às finanças, de acordo com um calendário e quando tal não acontece, pagam coimas ou juros de mora, por isso, os compromissos do governo regional deveriam também ser cumpridos.
Por outro lado, muitas das ajudas que são anunciadas pelo governo regional são de origem comunitária e resultam da politica agrícola comum que foi criada com o objetivo de aumentar a produtividade da agricultura, assegurar um nível de vida equitativo à população agrícola, estabilizar os mercados, garantir a segurança dos abastecimentos alimentares e assegurar preços razoáveis aos consumidores, entre outros fatores.
Estas são as verdadeiras razões da existência das ajudas comunitárias, por isso, as verbas que são canalizadas para o setor são justas e infelizmente, por vezes, como no caso do Posei e Prorural+, revelam-se insuficientes para fazer face às necessidades dos agricultores.
A realidade da politica agrícola atual não foi criada pelos agricultores e estes só reivindicam pelo que têm direito e torna-se confrangedor assistir recorrentemente, ao anúncio de milhões para o setor agrícola, que têm como objetivo um claro aproveitamento politico, porque muitas vezes, não passam de tostões.