Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
A Agricultura continua a ser nos Açores um pilar fundamental da coesão económica e social das diferentes ilhas, onde o leite e a carne são as principais atividades, mas em que as restantes produções, são de grande importância no contexto local, e mesmo nalguns casos, têm a capacidade de contribuir para as próprias exportações regionais.
Por isso, independentemente das outras vertentes económicas existentes, os Açores são o que são, devido ao trabalho árduo e duro que foi sendo feito pelos agricultores ao longo da história, em que foram sempre capazes de produzir, mesmo em períodos complicados e complexos, demostrando tal como o fazem hoje, uma grande resiliência e inconformismo perante as adversidades.
A seca que ultrapassamos é bem um exemplo de que, perante grandes dificuldades, os agricultores são capazes de resistir e olhar em frente, mesmo não sabendo, qual o valor das ajudas anunciadas e a data em que serão recebidas.
Pena é que continuem a surgir no seu caminho, fatores que lhes são alheios, mas que condicionam grandemente a sua vida diária, nomeadamente, vindos de decisores políticos que revelam grande desconhecimento das diferentes realidades, como se constata na nova politica agrícola comum recentemente apresentada, em que numa primeira fase, os Açores como região ultraperiférica, eram seriamente postos em causa.
Não é possível, numa Europa que pretende ser equilibrada e sustentável, prever cortes financeiros no Posei tal como foi anunciado e mesmo o recuo que aconteceu com a manutenção dos apoios existentes não é aceitável, já que a evolução registada na região, tem obrigado ao constante rateio das ajudas, pelo que, o reforço deste programa era obrigatório e um sinal coerente para uma Europa que se pretende inclusiva.
Também a diminuição da comparticipação da União Europeia apresentada para os programas de desenvolvimento rural é absurda, já que são os países mais pobres os mais prejudicados, em que o princípio da equidade e coesão não é tida em conta nas propostas, por isso, os Açores não podem aceitar estes pressupostos e devem-se unir e contestar a proposta apresentada.
Este período de seca, salientou mais uma vez a falta de infraestruturas agrícolas em condições na região, nomeadamente, a fragilidade do abastecimento de água à agricultura, o que demonstra, que os governos têm muitas vezes, prioridades e preocupações que não vão de encontro às reais necessidades das comunidades.
Finalmente, uma palavra para a indústria de lacticínios que continua a revelar uma falta de bom senso alarmante, já que não podemos aceitar, que neste período de grandes dificuldades para os produtores de leite, em que os custos de produção subiram acentuadamente em função da seca instalada, não tenham sido capazes de dar um sinal de alento a todos aqueles que produzem com grande empenho e dedicação.
Os Agricultores dos Açores merecem que todos os diferentes agentes, façam mais na procura de soluções capazes de contribuir positivamente, para o futuro do melhor e maior setor da economia regional.