Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
A recente descida do preço de leite pela Insulac de 1 cêntimo por litro é uma afronta não só aos produtores desta fábrica, como também a toda a fileira do leite de São Miguel e dos Açores, já que ainda acentua mais o facto, do melhor leite do mundo ser o mais mal pago da Europa.
Esta indústria, que é a que paga menos em São Miguel, comporta-se indignamente com os produtores de leite, atendendo a que esta diminuição surge em contraciclo, porque durante 2017 e parte de 2016, os preços de leite na Europa subiram significativamente, enquanto, nos Açores, as subidas foram ténues e diminutas.
Desde o final de 2014 até meados de 2016, a indústria na região, desceu o preço de leite em cerca de 10 cêntimos por litro, devido aos mercados lácteos internacionais registarem acentuadas quedas, no entanto, no período seguinte, a recuperação registada nestes mercados foi de cerca de 12 cêntimos, o que permitiu ultrapassar os valores do período negativo, mas a indústria regional, somente subiu o preço de leite em 3 cêntimos por litro.
O mercado dos produtos lácteos permanece em alta, já que os últimos leilões da Fonterra, (Nova Zelândia) que servem de referência para o mercado, apresentaram-se na sua globalidade com sinais positivos.
A indústria não repercute justamente nos produtores os ganhos que retira dos mercados dos produtos lácteos, e ao mínimo sinal de adversidade resultante das suas ineficiências, penaliza imediatamente a produção, duma forma injustificável e incompreensível.
O Governo dos Açores não pode somente constatar a realidade, tem de agir e criar as condições para que as indústrias se comportem corretamente com os produtores de leite, sob pena, de contribuir para a falência de toda uma fileira.
Deve existir uma reflexão profunda de todos os intervenientes da fileira para que se encontre um rumo e um caminho, onde devem ser definidos critérios, como a quantidade de produção que queremos ou o tipo de sistema de exploração que devemos utilizar.
Não podemos estar continuamente dependentes de indústrias que embora sejam fortemente apoiadas pelo Governo regional e por fundos comunitários, penalizam constantemente os seus produtores, duma forma arbitrária e injusta, tendo unicamente como objetivo, os lucros que apresentam anualmente.