Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
O setor agrícola tem uma importância insubstituível na região pelas suas repercussões económicas, sociais e ambientais, pelo que, a sua viabilidade tem de ser encarada pelos diferentes elementos da sociedade como uma prioridade e como um objetivo permanente e duradouro. Os Açores só sobrevivem se tiverem atividades económicas capazes de aproveitar os escassos recursos naturais existentes, para que desta forma, possamos minimizar os impactos decorrentes das flutuações dos preços nos mercados mundiais, que estão sempre a ser influenciados por vários fatores, sejam climáticos, de saúde ou de conflitos, como será o recente caso da guerra na Ucrânia, donde resultarão consequências para todos.
A evolução das sociedades obriga a constantes alterações de procedimentos e de políticas, mas têm de existir períodos de transição que permitam as adaptações necessárias. A agricultura é um exemplo evidente desta realidade, nomeadamente na área ambiental ou do bem-estar animal, já que ao longo dos anos, têm sido pedidos aos agricultores que alterem comportamentos que muitas vezes não são fáceis de acontecer em períodos curtos, atendendo às características particulares da atividade agrícola, que é diferente das restantes, uma vez que produz bens alimentares essenciais à vida.
Para que tudo isto seja possível, os agricultores têm de ter rendimentos condignos que lhes permitam ter capacidade de investimento e de sustentar as suas famílias adequadamente, e isso, por vezes, não é compreendido duma forma clara por todos os intervenientes das diferentes fileiras. O caso da fileira do leite é um exemplo evidente desta situação, porque a falta de entendimento entre a produção e indústria, não permite reconhecer a necessidade dos produtores em terem de gerar as receitas suficientes para viabilizarem as suas explorações, pelo que, era urgente encontrar medidas capazes de valorizar e regular na região, a oferta e a procura de leite.
A redução voluntária de produção de leite surge neste contexto, porque a indústria e também a distribuição, têm sido incapazes de repartir justamente pelos produtores os seus lucros, muitas vezes pela implementação de estratégias menos acertadas das quais, os produtores não são os responsáveis. Todos devem ter lucro e não pode haver parentes pobres na fileira.
Os produtores de leite têm à sua disposição um instrumento de grande utilidade e que lhes permite ter junto da indústria, uma capacidade negocial como nunca tiveram, por isso temos de aproveitar esta medida reivindicada junto do Governo dos Açores, que a compreendeu muito bem, para que a produção possa tornar-se mais forte, através da criação de condições que lhe permitam dar sustentabilidade não só no presente, mas principalmente no futuro.
Todos têm de compreender que sem agricultura, os Açores não são a mesma região.