Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
O Presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, foi o orador que interveio em primeiro lugar, começou por destacar a beleza paisagística açoriana e a riqueza do setor leiteiro na região, constatando que 70% das vacas leiteiras com melhor pontuação morfológica estão na Região Autónoma dos Açores, que mais de 35% da produção leiteira nacional encontra-se nos Açores. O também Presidente da AASM (Associação Agrícola de São Miguel), anunciou que "há todo um trabalho meritório da produção, porém o que lamento é que apesar de todo este trabalho de extraordinária qualidade, não se consegue valorizar um produto de excelência, que é o nosso leite, o que se deve exclusivamente às Indústrias", resultando no asfixiamento dos produtores de leite da região, pois temos "o leite mais mal pago da Europa". Como Presidente de duas instituições e defensor dos produtores da região, Jorge Rita sublinhou "que se não assistirmos a um aumento do preço do leite pago ao produtor, aquilo que nós pretendemos infelizmente vai de encontro ao que muitos vêm defendendo ao longo destes anos, que é a redução substancial do efetivo pecuário nos Açores, pela produção".
Quanto aos desafios futuros que Jorge Rita propõe para o setor, estes passam por mudar o paradigma, "através de boas propostas, objetivos claros e soluções, contudo isso não se faz de um momento para o outro", salienta que "há que dar tempo ao tempo, tempo à produção, tempo às Indústrias". Na região dos Açores, Jorge Rita deixou claro que nós precisamos de produtos diferenciados e para que isso aconteça é necessário que não haja prepotência por parte das Indústrias e se recorra à redução do efetivo pecuário, e defende que apesar da Associação Agrícola ter também uma área comercial, com fábrica de rações, venda de máquinas agrícolas e venda de genética, não é digno que seja a Indústria a controlar a vida dos produtores, "há que ser parceiros de igualdade de circunstâncias".
Contudo Jorge Rita, terminou a sua intervenção com otimismo, pois acredita que com as receitas dos apoios comunitários, um desempenho eficiente da Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento rural e uma boa estratégia ambiental, os produtores da região irão estar perante uma situação favorável, e salientou que irá acreditar sempre no setor leiteiro açoriano, "acredito muito nos produtores da nossa terra e vivo esta atividade de forma apaixonada".