Parque de Exposições recebe “Dia da Produção Regional” | Agricultor 2000


O Parque de Exposições de São Miguel, em Santana na cidade da Ribeira Grande, recebeu no dia 26 de abril, o Dia da Produção Regional, promovido pela Secretaria Regional da Agricultura e Florestas, através da Direção Regional do Desenvolvimento Rural e em colaboração com a Associação Agrícola de São Miguel. Esta iniciativa foi assinalada com a realização de um seminário denominado "Açores com valor acrescentado"

Neste âmbito, a inovação, a produção, a transformação, a cooperação e o consumo foram as áreas que estiveram em destaque no evento. A sessão de abertura contou com a presença do Secretário Regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, e do Presidente da Federação Agrícola dos Açores e da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita.

 

“Vivemos numa região em que produzimos, gostamos muito de produzir, sabemos produzir”

 Jorge Rita deu início à sessão dando as boas vindas a todos os presentes no evento, afirmando desde logo que o Diretor Regional fez uma excelente escolha do local, "este é um evento fora daquele contexto normal dos que se fazem aqui (…) mas do nosso ponto de vista muito assertivo na sua escolha". No que diz respeito à produção regional, Rita, afirmou também que a produção em si é uma área que deve estar constantemente em aprendizagem e que esta tem feito bem o seu papel na região, pois apesar de todas as adversidades tem mostrado resistência. "É um setor com uma resiliência impressionante que é capaz de fazer inveja a outros setores e atividades". Na Região Autónoma dos Açores, a produção é um dos setores com mais influência e esta tem sido fundamental para a economia regional. Porém, existem ainda certos aspetos a melhorar em prol de uma melhor obtenção de resultados, sendo assim, o Presidente da Federação Agrícola sugeriu que estes aspetos deveriam ser debatidos neste seminário sem reservas, nomeadamente através de críticas construtivas à transformação e distribuição. Há ainda que ter em mente que "o grande objetivo final de quem produz, de quem transforma e de quem comercializa tem um alvo: o consumidor". Isto porque é o consumidor quem paga, assim sendo há que ter cada vez mais em conta o ponto de vista de quem consume, ou seja aquilo que o consumidor precisa e exige.

 

“A Marca Açores começa a ser uma marca muito forte”

Os Açores estão na moda em termos turísticos. Jorge Rita felicitou o Governo Regional por este ter vindo a conseguir realizar os seus objetivos a nível de turismo para a região, todavia, o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel advertiu que devemos ter em atenção que temos consumidores diferenciados, ou seja é importante ter em atenção todas as necessidades dos compradores e não ignorar os problemas que surgem.

Assim, há que produzir em função do nosso mercado e ver que "não há melhor exportação do que o consumo direto dos produtos regionais de quem nos visita". Do ponto de vista do Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, "esta é a melhor de todas, pois é a que tem menos custos e tem mais receita" e desta forma não há que pagar transportes, visto que "Os transportes são o maior handicap que nós continuamos a ter na Região Autónoma dos Açores, quer pelo custo, quer pelas dificuldades, e principalmente nas outras ilhas de mais pequena dimensão que afetam claramente os produtos de valor acrescentado". Este realçou ainda que a Marca Açores "é uma marca que vende, tem é que ser bem potenciada e nós todos temos que ter muito orgulho nesta marca e saber defender os Açores".

 

“Com ou sem quotas a produção continua”

Ao finalizar o seu discurso, Jorge Rita lembrou ainda que "o fim das quotas e o baixo preço do leite são situações que lamenta", mas felizmente apesar de todas as dificuldades continuamos a apostar em produtos de valor acrescentado, e apesar não termos grandes quantidades, os Açores têm obtido produtos de grande inovação e diferenciação.

Por último, o orador chamou atenção também para a história dos produtos açorianos, sublinhando que "a história é fundamental para a valorização do produto". Os Açores têm uma história rica e em todas as ilhas do arquipélago somos surpreendidos por produtos magníficos, "Nós temos o leite, a carne, o queijo de São Jorge, temos o mel, temos o chá, temos a meloa de Santa Maria, a queijada da Graciosa, entre outras, e todas estas produções são fundamentais para a economia destas ilhas". Desta forma há que aproveitar todos os benefícios oferecidos pelas ilhas excepcionais que são os Açores e este facto deve ser sempre lembrado, visto que segundo o Presidente da Federação Agrícola "devemos ter muito orgulho naquilo que é nosso e naquilo que fazemos".

 

“Temos ainda um longo caminho a percorrer”

O Secretário Regional da Agricultura, João Ponte foi o último a discursar na abertura do Seminário. Este começou por lançar a proposta de se criar um pacto de cooperação da agricultura para que haja uma inovação dos produtos regionais. Este defende que o pacto deve incorporar o Governo, os agricultores, as associações, a indústria e os académicos, salientando também que " já há trabalho feito nesta área, mas podemos ir mais além".

De acordo com o Secretário, "não podemos continuar a assistir ao desinteresse por parte do setor às medidas do PRORURAL+ referentes à inovação", assim sendo há que inovar " não chega produzir bem e com qualidade, é preciso cada vez mais apostar na inovação, para ganhar notoriedade e para captar novos mercados", ou seja a inovação é o maior desafio a ter em conta no que diz respeito à produção regional. Porém, João Ponte sublinhou ainda que o Governo Regional deve facultar instrumentos para ajudar a ultrapassar estas adversidades. Este chamou ainda atenção para o facto de haver a necessidade " de consumirmos muito mais o que é nosso, o que é produzido localmente, não só pela qualidade e frescura dos alimentos, mas também para deixarmos, nas nossas ilhas, mais-valias económicas" explicou.

Para terminar a sessão de abertura, João Ponte defendeu que é preciso continuar a investir e apostar nas exportações da produção regional, sendo que para isto é imprescindível procurar novos parceiros e aproveitar os circuitos que Portugal tem instituídos com o estrangeiro.

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