Jorge Rita eleito como Presidente do Conselho de Ilha de São Miguel | Agricultor 2000


A economia, o porto comercial, o aeroporto, a educação, a saúde, a pobreza ou a exclusão social irão ser assuntos fundamentais durante o exercício do seu mandato

A ilha de São Miguel "perdeu algumas vantagens" e é para defender os interesses da maior ilha do arquipélago que Jorge Rita, presidente da Associação Agrícola dos Açores, assumiu a candidatura ao Conselho de Ilha de São Miguel. Eleito no mês passado, o "porta-voz" dos micaelenses aponta questões infraestruturais, como o porto comercial de Ponta Delgada e o aeroporto João Paulo II, mas também questões sociais, como a exclusão social e a pobreza, como os "cavalos de batalha" que a sua direção quer travar durante o mandato.

"São Miguel não pode, sendo a ilha que mais economia tem (onde a agricultura desempenha uma ação insubstituível) a que mais população tem, ser acusada de querer agarrar tudo. São Miguel é o motor da economia dos Açores, não vale a pena as pessoas quererem desmistificar isso e pensar o contrário. Com São Miguel a crescer, de forma sustentável, alavanca e replica esse crescimento em todas as ilhas", afirmou.

Recusando "bairrismos doentios" de São Miguel ou de outras ilhas, Jorge Rita assinala que "há muitas coisas em São Miguel em que perdemos algumas vantagens". E concretizando, o presidente do Conselho de Ilha aponta à cabeça as infraestruturas portuárias e aeroportuárias da ilha, que carecem que investimento.

"Quem lida com o porto todos os dias, sabe dos seus problemas, e nós sabemos isso perfeitamente. Sabemos o aumento de custos que nós temos por o porto já não estar a funcionar como devia pela dimensão que as necessidades urgem", afirma, lembrando que "a economia faz-se com os transportes marítimos, naquilo que se importa e depois são transformados em bens transacionáveis que se exporta".

 Além das questões infraestruturais, Jorge Rita aponta a Saúde, a Educação e a exclusão social e pobreza como prioridades. Sobre estas últimas duas, o entendimento do presidente do Conselho de Ilha de São Miguel é que urge ""dar um murro na mesa".

"Quem olha para uma terra destas como eu, que já tenho 63 anos, que apanhei bem o tempo da pobreza verdadeira, apesar de não ter sentido na pele, custa muito saber que uma terra como a nossa, que tem um potencial de produção a vários níveis, um potencial económico excecional...é a Região mais pobre do país", afirma.

Para combater esta situação, entende que a ação deve ser feita de forma "integrada", com as juntas de freguesia, as câmaras municipais, as instituições de solidariedade social e o Governo Regional.

"Não é dar cheques aos velhos e aos novos, não, isto não passa por aí. Passa por melhor educação, melhor formação, mais acompanhamento das pessoas, sensibilizá-las, aumentar a autoestima de gostar de trabalhar, retirá-los das casas e dos vícios. Dar dinheiro a uns e a outros, mantendo-nos em casa, próximo do vício, próximo de alguma promiscuidade, que é conhecida, não tem sido solução para este problema. Bem pelo contrário, tem se acentuado cada vez mais".

Para cumprir com o compromisso que traçou no discurso de tomada de posse de fazer "mais e melhor por São Miguel", Jorge Rita revela que pretende criar grupos de trabalho que possam munir a sua direção da informação mais precisa, para que esta possa, enquanto conselheiros, melhor reivindicar junto de quem decide, o Governo Regional dos Açores.

"Quero integrar na minha equipa grupos de trabalho que nos possam munir de melhor informação em diversas áreas, como da saúde, da educação e da área social. Grupos de trabalho que possam apoiar este Conselho de Ilha, para melhor decidirmos e tornar mais abrangente um documento que será em prol e defesa dos interesses da ilha de São Miguel, sem colocar em causa os interesses das outras ilhas, que não é o nosso foco".

Além do presidente da Associação Agrícola dos Açores, a direção do Conselho de Ilha de São Miguel conta com João Medeiros (da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada) para vice-presidente do organismo, Afonso Quental (UGT) para primeiro secretário da mesa e Maria de Lurdes Batista (Federação das Pescas dos Açores) para segunda secretária.

O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos por cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia e um representante do Governo Regional (sem direito a voto).

No conselho, têm ainda assento dois representantes do setor empresarial, dos movimentos sindicais e das associações agrícolas.

Estão também representadas as Instituições Particulares de Solidariedade Social, as associações ambientais não governamentais e as associações de defesa da igualdade de género nas ilhas em que estas tenham sede.

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