Mais de três mil crianças aprendem a importância da agricultura | Agricultor 2000


Ordenhar uma das vacas presentes no mercado agrícola de Santana foi a actividade que os miúdos mais gostaram, mas muitos também se sentiram entusiasmados por poder lançar à terra sementes que depois de crescidas irão parar ao prato. As três mil crianças presentes nas celebrações do Dia Nacional da Agricultura elogiaram a iniciativa e muitos queriam levar os animais consigo.

Uma forma diferente de ensinar as várias fases de desenvolvimento das culturas e da cadeia alimentar.

À entrada do mercado agrícola de Santana, cada criança recebia uma camisola alusiva ao Dia Nacional da Agricultura, um mapa do recinto, e a indicação que o almoço seria servido no Parque de Exposições de São Miguel.

As mais de três mil crianças do 1º ao 6º ano de várias escolas de todos os concelhos de São Miguel, começavam primeiro por ver os vários animais expostos, entre aves, patos, suínos, ovinos, caprinos, coelhos, póneis e vacas. Havendo a possibilidade de tocarem nos animais, os póneis foram os que receberam mais mimos, a par das vacas que a maioria teve a curiosidade de ordenhar. Seguia-se a possibilidade de provar leite, queijo e iogurtes, feitos com leite dos Açores, fazendo um desvio para aprender mais sobre o mel a Região e sobre as abelhas que o produzem. Depois, a possibilidade de aprender mais sobre os produtos hortícolas e frutícolas, com a possibilidade de verem verdadeiras folhas de chá, e acompanhar os serviços florestais nas várias tarefas que têm. Aprender sobre reciclagem, com a Musami, também foi um ponto de paragem obrigatório antes de seguir para uma quinta improvisada onde se podiam ver várias culturas em diferentes fases de desenvolvimento e onde os mais novos podiam plantar e semear.

As brincadeiras ficavam para o final, com vários pula-pulas, jogos tradicionais e jogos de tabuleiro alusivos à agricultura e até uma gincana com tratores a pedais. Depois de toda a aprendizagem e brincadeira, houve almoço para todos no Parque de Exposições de São Miguel.

Para os miúdos, com idades entre os seis e os doze anos, a parte que mais gostaram foi o contacto mais direto com os animais e a possibilidade se ordenharem, muitos pela primeira vez, uma vaca.

Ruben Raposo, Mateus Raposo e Miguel Teles, gostaram particularmente desta atividade. "Gostei de tirar leite à vaca e de mexer nos gueixos grandes", diz Ruben Raposo que reconheceu que foi "o melhor até agora".

Também Diogo Costa e Frederico Silva gostaram de ordenhar as vacas e de ver "os animais em geral", dizem quase em coro. Para os dois jovens de 11 anos "é uma experiência interessante mexer nos animais".

Para Francisca Almeida, de 10 anos, tocar nos animais também foi bastante divertido embora o que tenha gostado mais foi "plantar uma alface" ao mesmo tempo que viu colegas a semear várias hortaliças. Uma experiência que vai "guardar para sempre e vou contar aos meus pais que foi muito divertido".

António Cabral e Maria Flor Cabral gostaram de saber mais sobre a reciclagem e enquanto Maria Flor vai transmitir aos pais "que devemos reciclar o lixo e que é muito importante reciclar", António diz que "deviam fazer isto mais vezes porque se aprendem várias coisas e é um espaço interessante".

João Bettencourt disse que tinha gostado bastante de "provar as frutas frescas, especialmente a melancia que é cultivada cá" e também não recusou alguns morangos que foi provando dos vários stands.

Ema Baldé e Diana Araújo dizem, quase em coro, que o que viram no mercado agrícola de Santana "não é nada e novo" porque estão habituadas a ver os familiares a cultivar o quintal. No entanto, admitem que gostaram da experiência e elogiam a iniciativa porque "consegue mostrar para os mais pequenos a importância da agricultura para a nossa alimentação" e por isso "deviam fazer mais vezes coisas deste género".

Joana Araújo também concorda. A ordenhar uma vaca pela primeira vez, entre o nervosismo e o entusiasmo, Joana Araújo diz que foi "das coisas mais emocionantes que já fiz" e com apenas 7 anos diz que gostava que fosse possível fazer algo assim todos os dias. Ao lado, António Rebelo diz que gostava de "ter estes animais todos em minha casa todos os dias" para que pudesse cuidar deles.

Enquanto os animais tiveram mais adeptos, quanto mais não fosse pela curiosidade, a quinta com várias espécies hortícolas e frutícolas foi outro dos espaços onde os mais pequenos passaram mais tempo. Uma forma diferente de aprender e de tomar consciência do trabalho que é preciso para que os alimentos cheguem todos os dias à mesa.

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