Jorge Rita, defende que este pacto de regime terá de passar pela concordância da produção, indústria, distribuição, comercialização e do consumidor no âmbito regional e também nacional, porque Portugal Continental tem como destino cerca de 80 por cento da produção de lacticínios dos Açores, "da forma como as coisas estão, se não houver uma intervenção conjunta regional e nacional, não vamos lá. Não podemos estar numa guerra de preços constante em que nem ganha a indústria nem a produção, esta situação tem de ser invertida para que todos possamos continuar a viver com dignidade, rendimento e sustentabilidade".

O Presidente da Federação Agrícola dos Açores alerta que esta situação se não for solucionada, poderá levar à falência técnica da lavoura nos próximos tempos, sublinhando que "todos nós temos de perceber a importância que o setor agrícola tem na atividade socioeconómica nos Açores e se a crise está instalada, da forma que está, devido à pandemia, não se pode agravar a situação dos setores de atividade que são extremamente importantes", referiu.

"Acabar com o 'dumping' no mercado dos lacticínios"

Na ótica do líder da lavoura açoriana, no mercado nacional certos preços praticados são um autêntico dumping, ou seja, aplicam-se preços excessivamente baixos aos produtos lácteos para se conquistar consumidores.

Esta estratégia acaba por ter uma influência negativa nos laticínios açorianos, lamenta Jorge Rita, "quando os produtos são vendidos abaixo do preço do custo, delapida-se, claramente, uma marca e um produto, e os beneficiários obviamente não são os produtores de leite, mas talvez as indústrias, contudo este tipo de mercado, onde prevalece o dumping tem de terminar, explicou.

Por toda esta situação, refere que a criação do pacto de regime será importante para o mercado de leite e lacticínios regional e nacional.

Reconheceu a importância do Presidente do Governo estar presente nesta reunião, sendo "um aporte positivo no sentido de estar disponível para se aperceber daquilo que são as nossas dificuldades e as dificuldades que as indústrias também têm, emitindo um apelo às indústrias para a inovação e valorização do produto, e para procurarem novos mercados.