Secretário da agricultura tem de acabar com rateios no POSEI e PRORURAL+ | Agricultor 2000


Presidente da Federação Agrícola dos Açores assume existir um brutal rateio nos apoios do POSEI e PRORURAL + e pede coragem política para se apoiar o setor.

O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, considera que o anúncio de um corte do POSEI, após 2022, foi um erro de comunicação da ministra da Agricultura.

"O que está decidido e aprovado pelo Parlamento Europeu é a salvaguarda do POSEI até 2027, e que também foi secundado pelo próprio Conselho Europeu, embora só exista orçamento definido para 2021 e 2022. Nas negociações previstas para este ano para a PAC, a forma de financiamento do POSEI será definida. É este o compromisso que existe com os países ligados às regiões ultraperiféricas (Portugal, Espanha e França)", explicou.

Jorge Rita considera os comentários da ministra e secretário regional da Agricultura "faits divers" políticos que não beneficiam os produtores.

"Não vale a pena criar um fantasma a partir de 2022. Nessa altura, Portugal deve-se juntar à Espanha e França, conjuntamente com as organizações dos produtores para defender o POSEI. Se não fossem as organizações dos produtores das regiões ultraperiféricas, possivelmente o corte de 3,9 por cento teria sido uma realidade. É bom que as pessoas não se esqueçam quem lutou pela manutenção deste apoio, nomeadamente, a Federação Agrícola dos Açores que desenvolveu um trabalho persistente em Bruxelas, junto de várias entidades e deputados europeus. Aliás, precisamos é de ter capital político para garantir o aumento do POSEI. Todos sabem que existe um brutal rateio nas produções regionais", sublinha o presidente da Federação Agrícola.

Jorge Rita refere que faltam 10 milhões de euros no POSEI, para se acabar com os rateios, mas reclama um aumento de 20 milhões de euros para se continuar a desenvolver a agricultura nos Açores.

"Neste momento o secretário regional da Agricultura tem de arranjar forma de tapar, todos os rateios na Região. Isto para aplicar a todos os setores agrícolas nos Açores, desde as produções animais às vegetais", frisa.

Jorge Rita salienta ainda que os produtores de leite estão "totalmente asfixiados em dívidas" e necessitam de um apoio urgente. "Os agricultores trabalham com uma determinada expectativa e chegam ao final do ano e sofrem um rateio nos apoios, recebendo menos do que estava previsto. O setor do leite tem um rateio de quase 20 por cento", lamenta Jorge Rita.

O líder da Federação Agrícola nos Açores refere que existe um "crescente endividamento e muita desmotivação" dos produtores agrícolas e pede "coragem politica" para tornar o setor mais eficiente, apelativo e sustentável, naquela que é a principal atividade económica da região.