Resistência e resiliência são o ADN dos agricultores e da Federação Agrícola dos Açores | Agricultor 2000


Presidente da Federação Agrícola dos Açores diz que organização granjeia "grande credibilidade regional, nacional e europeia" e que continuará a defender os agricultores açorianos.

A Federação Agrícola dos Açores (FAA) tem o ADN dos agricultores regionais, dando mostras de grande capacidade de resistência e resiliência. Esta foi a primeira mensagem deixada pelo presidente da FAA, na cerimónia evocativa dos 30 anos da fundação da organização que representa o setor na Região Autónoma dos Açores, realizada no Parque de Exposições de São Miguel, em Santana.

No discurso de abertura, Jorge Rita referiu que o setor atravessa hoje um momento de "algum alívio", comparativamente há 1 ano. E apesar das perspetivas "difíceis de avaliar" para 2023, fruto da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, da escalada dos preços, da inflação e dos seus impactos na economia, a federação mostra-se preparada. "Não nos vamos considerar derrotados para 2023, até porque a FAA tem dado mostras de capacidade de resistência e resiliência, faz parte do ADN dos agricultores e a federação tem esse espírito".

Jorge Rita lembrou as três décadas de vida que a federação leva, marcados "por algumas divergências, nem tudo foram rosas, nas diferentes ilhas", mas de agregação num sentido único, "que é o agricultor e o seu rendimento".

"A Federação Agrícola dos Açores é uma organização de grande credibilidade regional, nacional e europeia, reconhecida por todos. Praticamente todas as associações agrícolas estão agregadas à FAA, menos um setor emergente e que está a ser solidificado, que é o setor do vinho. Era importante que criassem uma associação que se revissem e se juntassem à federação, para que todos os setores económicos da região na agricultura ficassem agregados".

Satisfeito por presidir a Federação neste momento que considerou de "nobre", Jorge Rita não esqueceu os seus antecessores, presentes no evento, pelo trabalho desenvolvido em prol da organização, que se tornou um parceiro social "forte e credível", fator importante para uma boa governação da região.

"É nesta harmonia de trabalho, em que cada um faz bem a sua parte: nós continuamos a reivindicar em prol dos agricultores, é esse o objetivo e que está na génese da federação, que é não abdicar nunca, em circunstância alguma, de reivindicar em prol do rendimento dos agricultores. E obviamente caberá sempre aos decisores, em virtude das nossas visões de estratégia, ver de uma forma ou de outra se são bem acolhidas - e têm sido - de ir ao encontro das pretensões de um setor que é vital na nossa economia", assinalou.

Jorge Rita aproveitou para fazer o paralelismo entre como os governos da República e dos Açores encaram o setor, afirmando que, se a nível nacional se assiste a um "desmantelamento do Ministério da Agricultura", na Região há o inverso. "A pandemia veio por a nu e realçar a importância que a agricultura tem. Não paramos de trabalhar e produzir bens transacionáveis, que permitiu à balança comercial da Região ser favorável, o que continuará a ser sempre que houver um setor robusto como o nosso".

No entanto, a robustez do setor também se faz com "apoios, estratégias bem feitas, em matéria do leite e da carne, e de todas as produções agrícolas, que darão a hipótese de importar menos e exportar mais, em prol dos nossos consumidores finais, aqueles que vivem cá e aqueles que nos visitam".

E o trabalho da federação é, para o seu presidente, o de dar nota da opinião agregada de todas as associações e trabalhar em conjunto com os nossos parceiros sociais e o secretário regional da Agricultura e toda a sua equipa, com o presidente do Governo Regional dos Açores, com a CAP e com Bruxelas.

Lembrando alguns momentos marcantes que definirão a Federação Agrícola dos Açores e permitiram que se tornasse na organização credível que é hoje, como os casos de BSE na Região - "resolvidas com arte e engenho" - ou a abolição das quotas leiteiras, Jorge Rita terminou o seu discurso olhando para Bruxelas e para os apoios comunitários.

Considerou o representante do setor agrícola nos Açores que "falamos todos da Europa. Queremos as verbas e os apoios da Europa, que são justos e até deviam ser maiores. O problema é nós cumprimos ou querermos cumprir com as regras da Europa. Temos o dinheiro da Europa, mas também temos as exigências brutais da União Europeia a todos os níveis".

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