Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
Presidente da Federação Agricola dos Açores, Jorge Rita deixa o desafio aos agentes do setor turístico para capitalizarem o evento.
Da beleza do local à riqueza e excelência que se apresenta em termos de produção agrícola, passando pelo contato com os animais, há todo um potencial de atração em eventos como a Feira Agrícola Açores, que podem e devem ser alvo de uma melhor promoção junto do mercado turístico que chega ao arquipélago.
"Tem de haver um intercâmbio mais forte, nem que seja protocolado com associações e entidades ligadas ao turismo, para trazer mais turistas a estas feiras que são a melhor evidência da agricultura como imagem de marca da nossa terra, onde damos testemunho da forma como fazemos as nossas produções e onde o bem-estar animal proporcionado não deixa ninguém indiferente", sustenta Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores.
Para o homem que também tem a seu cargo a liderança da Associação Agricola de São Miguel, não há dúvida quanto ao valor que estes eventos podem ter enquanto polos de atração turística.
"É um veículo de excelência para quem nos visita perceber que nesta região, em nove ilhas, as pessoas gostam da agricultura, sabem da agricultura e são verdadeiramente apaixonados pelos animais. E essa é também uma imagem muito forte que importa passar a quem cá chega."
E, no entender de Jorge Rita, o palco da edição deste ano da Feira Agrícola Açores - a Quinta de São Lourenço - é a prova viva de que a 'moldura natural' da região é mais um encanto apreciado por quem nos visita.
"Quando entramos neste espaço, percebemos de imediato o impacto que a agricultura tem nos Açores e a imagem que a agricultura ajuda a criar, até para potenciar outros setores de atividade. É, por isso, um espaço que dignifica e muito a atividade agrícola, enquanto setor vital na região, que está e estará sempre na génese dos açorianos."
O presidente da Federação Agrícola dos Açores fala, por isso, "numa marca mágica", que pode ajudar a levar ainda mais longe o nome da região.
"Temos uma paisagem transformada pelo homem, mas cuidada, ao ponto de fazer inveja a qualquer país que se considere das maiores atrações turísticas a nível mundial. São vantagens comparativas que têm de continuar a ser exploradas", desafia.
Quanto ao momento do setor agrícola, reconhece que as feiras e concursos pecuários servem para dar nota dos resultados dos investimentos.
"Aqui foi provado, uma vez mais, que o investimento que a região tem feito no setor agrícola à procura de excelência, tem uma resposta clara por parte dos agricultores, que correspondem com muito trabalho e com resultados. Tem sido trilhado um caminho que visa atingir excelência e inovação, algo que está, inegavelmente, à vista de todos.
Mas nem tudo está bem, avisa o dirigente associativo.
"O que se exige, a jusante da fileira, é que também se faça um trabalho de valorização daquilo que são os magníficos produtos que produzimos na Região Autónoma dos Açores, com qualidade assegurada e com muita produção muito próximo do modo biológico".
Considerando que essa valorização ainda está muito aquém do que seria a reposição "da mais elementar justiça para com os produtores", reclama um posicionamento mais estratégico juntos dos mercados.
"É bom que se perceba que não há muita produção por essa Europa fora que seja comparado com o modo de produção que cá temos. Esta é outra vantagem comparativa tem de ser alocada ao valor dos nossos produtos para que os produtores também possam tirar dividendos."