O Presidente do Governo Regional entende que há grandes desafios que se colocam à Região, principalmente a nível externo. Com as negociações do próximo Quadro Comunitário de Apoio e das verbas do POSEI, Vasco Cordeiro entende que "não se mantendo as verbas do POSEI, a Região ficará num desequilíbrio que tem de ser trabalhado". Isso mesmo explicou na inauguração do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia

Na inauguração do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia o Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, elogiou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido para mostrar "aquilo que nos Açores se faz bem e em concreto naquilo que nos reúne em São Miguel, do ponto de vista da genética e efetivo leiteiro da nossa Região".

Um trabalho que "a Associação Agrícola de São Miguel tem desempenhado, e bem," não só com a realização de concursos bovinos mas com a representação da Região em vários eventos a nível nacional.

O Presidente do Governo Regional destacou os desafios que se colocam à Região nos próximos tempos ao nível do setor agrícola, nomeadamente ao nível externo e interno. Vasco Cordeiro identificou o primeiro desafio externo, ao nível da União Europeia, nomeadamente ao nível do próximo Quadro Comunitário de Apoio e do POSEI. "Da parte do Governo Regional tem sido desenvolvido trabalho que tem desenvolvido resultados, que envolveu também outras entidades, para a sensibilização que não é aceitável o corte de qualquer verba no POSEI", recordando que o Comissário Europeu da Agricultura assumiu nos Açores que não haveria cortes nessas verbas para a Região.

"Não é aceitável que apenas pela questão do não corte possamos ficar numa situação de desvantagem comparativa uma vez que havendo um aumento do primeiro pilar e não se mantendo verbas do POSEI, há um desequilíbrio que deve ser trabalhado e tem sido, quanto à necessidade absoluta de não haver discriminação negativa dos Açores quanto às verbas do POSEI", disse.

Para Vasco Cordeiro essa componente de desafios externos "não se pode esgotar na questão financeira" e ressalvou ser necessário "articularmos esforços para termos parcerias para que a Região fale a uma só voz na sua pretensão face à União Europeia".

Aí Vasco Cordeiro falou num outro desafio, o do diálogo e colaboração entre os vários parceiros do setor agrícola. "O Governo tem uma ideia e propostas sobre o que tem de fazer. Mas acha fundamental que essas propostas sejam testadas, colocadas à crítica e debate por parte dos parceiros sociais e é assim tem sido", explicou.

Uma "congregação de vontades" destacada pelo Presidente do Governo Regional onde "reside uma das grandes justificações para que muitas das medidas apresentadas pelo Governo Regional tenham suscitado a adesão" por parte dos agricultores. Vasco Cordeiro falava concretamente do PRORURAL+ em que foram apresentados 900 projetos de investimento privado.

Uma ideia que interligou com o terceiro desafio, que passa pelo rendimento dos agricultores açorianos. Um desafio que ainda se mantém e que necessita que "vamos novamente sentar-nos todos à mesa e vermos de que forma a capacidade de políticas públicas e a capacidade de cada um dos privados mobilizar e orientar a sua atividade para uma cada vez maior valorização dos nossos produtos, consigamos que os produtores tenham maior e melhor rendimento mas que toda essa cadeia possa fortalecer o seu contributo para a economia da nossa Região".

Daí Vasco Cordeiro passou para um quarto desafio, que contempla a aposta no futuro e que tem de continuar a ser feita no setor agrícola. "Hoje, cada vez mais, temos outras áreas pelas quais passa o sucesso dessa aposta não apenas o apoio ao equipamento, mas investimento na qualificação dos jovens agricultores de fazerem cada vez melhor". O Presidente do Governo Regional lembrou que está a ser debatida uma iniciativa do Governo Regional, o Programa Jovem Agricultor, que pretende apostar na juventude e no rejuvenescimento do setor. Um caminho que já vem sendo trilhado na Região e que se torna evidente "com a nossa evolução ao longo dos tempos".

Na inauguração do XVIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, Vasco Cordeiro apontou que "todos querem o melhor para este setor" e apelou à mobilização para se desenvolverem estratégias em conjunto para os desafios que se colocam sejam facilmente ultrapassados. No entanto alertou que "há áreas nas quais as entidades públicas não podem nem devem interferir. Isso deve ser deixado à competência do que é o engenho e a arte de cada um dos intervenientes do setor", concluiu.