Presidente da Federação Agrícola dos Açores participa no Seminário “Que futuro para a nossa agricultura” | Agricultor 2000


No passado dia 28 de agosto decorreu na Ilha Terceira um seminário cujo foco foi o futuro dos modelos agrícolas possíveis na agricultura açoriana. Esta iniciativa partiu da Associação de Jovens Agricultores da Terceira (AJAT), e contou com a participação de vários oradores ligados ao ramo da agricultura e pecuária, nomeadamente Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores, João Ponte, Secretário Regional da Agricultura, António Almeida, Deputado do PSD-Açores e Dr. João Fagundes, Médico Veterinário da UNICOL.

A abertura do seminário, contou com a presença de Anselmo Pires, Presidente da AJAT, de Tibério Dinis, Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória e ainda de Firmino Cordeiro, Diretor Geral da AJAP (Associação de Jovens Agricultores Portugueses), e de Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura, que participaram através de vídeo conferência

 

Jorge Rita, durante o seu discurso no seminário mostrou a sua perspetiva sobre a agricultura atual e o futuro desta nos Açores. O Presidente da Federação Agrícola dos Açores, defendeu que é sempre um pouco difícil fazer uma previsão do futuro, no entanto, esses tipos de eventos são sempre oportunos.

Na sua intervenção, aproveitou para dar ênfase ao incansável trabalho praticado pelos agricultores nessa época marcada pelas adversidades da Pandemia, causada pelo vírus COVID-19. "lamento profundamente que os agricultores tivessem sido esquecidos nesta pandemia", espero que a agricultura volte a ter a importância que lhe é devida, pois esta produz diariamente produtos indispensáveis para o nosso dia-a-dia. O orador, mostrou o seu descontentamento por não se saber que apoios financeiros, o setor agrícola irá contar face aos constrangimentos provocados pela pandemia, "nesta crise de pandemia, o que é que os agricultores tiveram?!?, não houve Layoff na agricultura, continuámos a trabalhar e a calendarização estipulada pelo Governo Regional, como o apoio de 45 euros por vaca, ainda não foi cumprida, portanto na prática não tivemos benefícios nesta altura difícil para todos".

Jorge Rita defende que há uma serie de fatores a ter conta nas explorações açorianas, porém, na sua opinião não há nem é possível haver uma exploração modelo nos Açores, e os produtores têm desempenhando bem o seu papel, são as Indústrias que também devem ter em conta aquilo que o consumidor quer. Há que se adaptar, e até agora a lavoura tem se adaptado. Jorge Rita, acredita que não vamos deixar de produzir, e é bom que se diga que em alturas de crises económicas é a agricultura que sempre dá suporte à nossa economia, como é agora o caso.

Por fim, quanto aos desafios a ter em conta no futuro, o Presidente acredita que é fundamental dar a devida importância à reconversão e às várias medidas promovidas, acrescenta que a Federação Agrícola dos Açores tem trabalhado em conjunto com a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas para que a restruturação do setor seja feita de uma forma dinâmica e não de rutura. "Cada agricultor que sai da agricultura para mim, é uma perca, pois vamos perdendo poder." Porém, é importante melhorar aspetos como a falta de mão de obra e a falta de formação. Dentro destas medidas há também a questão do desligamento parcial (até à redução de 20% da produção de leite e de prémio à vaca leiteira), que vai de encontro aos interesses das Indústrias e próprios produtores. Em relação ao setor agrícola, para Jorge Rita a solução para que a agricultura tenha um futuro promissor é fazer com que se trabalhe em conjunto e que seja defendido na União Europeia, o facto de a Agricultura ser a principal potenciadora do Turismo e dos outros setores. "Quem faz essa paisagem magnifica, quem dá a conhecer os Açores, é a Agricultura com os seus prados verdejantes". Lembra também que há que procurar novos mercados e criar inovação para a valorização dos nossos produtos e primar-se pela qualidade e excelência. Porém defende que é bom que não se esqueça da relevância dos Jovens Agricultores e que estes dêem continuidade ao trabalho já feito, contudo lamenta a alta tributação da Segurança Social. Para concluir a sua perspetiva quanto ao futuro, Jorge Rita, terminou o seu discurso afirmando que é necessário "continuar a trabalhar como temos trabalhado, sempre com excelência e rigor".