Campos experimentais da Associação Agrícola de São Miguel | Informações Técnicas


Num contexto de uma crescente procura de melhores variedades de milho forrageiro pelos nossos associados, a Associação Agrícola de São Miguel promoveu, como tem sido habitual todos os anos, mais um encontro de agricultores no campo experimental da associação com o intuito de serem apresentadas novas variedades de milho forrageiro, as quais foram dispostas em diferentes sistemas de sementeira (convencional, linhas emparelhadas e direta).

O campo experimental da Associação Agrícola de São Miguel ocupa uma área de catorze alqueires de terra, situado na zona de Santana, os quais são cedidos pela Associação de Jovens Agricultores Micaelenses. Neste campo, foram testadas seis variedades de milho já comercializadas nos Açores e outras sete variedades de caráter experimental. Também importa referir que a associação também realiza outros campos experimentais em diferentes zonas da ilha de São Miguel, com o intuito de obter-se resultados através de uma avaliação mais inclusiva no que se refere ao comportamento das diferentes variedades.

Nos sistemas de sementeira convencional e de linhas emparelhadas, a preparação do solo deu-se com a passagem de uma charrua de aivecas que permitiu revirar e misturar os materiais do solo até aos 30 cm de profundidade, garantido, deste modo, um melhor arejamento do solo, um melhor controlo das infestantes e também uma melhor incorporação dos restos da cultura anterior. De seguida, e por fim, fez-se a passagem de uma rototerra que teve a função de destorroar, alisar e incorporar o fertilizante que tinha sido aplicado antes da passagem da rototerra.

O plano de fertilização, o qual teve por base os resultados das análises de solo e uma produção esperada de 60 toneladas por hectare de matéria verde, levou-nos a preconizar uma adubação com 75 quilogramas por alqueire do adubo Entec 25-15 a lanço e 50 quilogramas por alqueire do adubo Entec 20-10-10 na linha.

Na proteção da cultura aplicou-se 1.6 litros por hectare do herbicida Monsoon para controle de folhas largas e milhãs e 200 mililitros por hectare do insecticida Judo para o controle de nóctuas e piral.

Como já foi referido acima, as variedades instaladas no campo experimental de Santana constituíram um grupo de treze variedades comerciais e experimentais com ciclos médio a longo, cuja avaliação foi realizada através da aplicação de multicritérios relativamente ao seu desempenho, essenciais na seleção de uma variedade forrageira com melhor destaque. Pelo que, esta avaliação é aplicada através de vários critérios, tais como: a análise da sanidade da cultura, o tamanho da planta, a qualidade do grão, o rendimento, e a recolha de amostras do material ensilado/variedade para subsequente análise nutricional.

Das treze variedades instaladas no campo experimental de Santana quatro merecem especial destaque. Sendo elas:

O DKC 5432, FAO 400 longo, uma variedade que apresenta um potencial produtivo muito interessante para sementeiras mais tardias ou para produtores que procuram adotar ciclos curtos, mas sem comprometer a rentabilidade. A variedade destacou-se pelas suas maçarocas cilíndricas, bem rematadas e com inserção média-baixa, na planta.

O DKC 5911, FAO 500 intermédio, cujas plantas médias apresentam folhas largas, maçarocas pesadas e com elevado número de filas. É uma variedade que garante altas produções em matéria seca por hectare.

O DKC 6181, FAO 500 longo, uma variedade muito equilibrada em produção de matéria verde e matéria seca por hectare. Distingue-se pelas suas plantas médias-altas, com folhas largas e eretas. As maçarocas apresentam regularmente um elevado número de grãos, garantindo rendimentos elevados.

Por último, o DKC 6308, também de FAO 500 longo, sobressai aos demais pelo seu stay-green semelhante a um ciclo 600 mas com uma maturação mais precoce, ideal para sementeiras em fins de abril e inícios de maio. Caracteriza-se pelo seu alto porte, caules resistentes e uma boa relação planta-maçaroca.

ENG. NUNO DIAS