
Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
No passado dia 21 de março, pelas 11h00, decorreu no Parque de Leilões da Associação Agrícola de São Miguel, a conferência "Que visão para a agricultura europeia e açoriana?". Este evento, foi coorganizado pelo Eurodeputado, Paulo Nascimento Cabral com a Associação Agrícola de São Miguel, e contou com a participação da Comissão Europeia para um debate sobre os desafios e oportunidades do setor agrícola. Estiveram presentes, vários agricultores, representantes das Indústrias de lacticínios, Cooperativas Agrícolas, representantes de estabelecimentos de ensino, entre outros.
“Que visão para a agricultura açoriana?”
Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores e da Associação Agrícola de São Miguel, apresentou a perspetiva regional, sob o tema "Que visão para a agricultura açoriana?", explorando as oportunidades e desafios específicos do setor agrícola na Região Autónoma dos Açores. Para o Presidente da Associação Agrícola de S. Miguel, uma agricultura sustentável e diversificada, é a base da economia regional, destacando a importância da agricultura para a economia da região, "não aceitamos que pensem que a agricultura é frágil nem fraca, é o setor mais importante para a coesão económica e social dos Açores". O Presidente, também referiu que é essencial criar oportunidades para cativar os jovens para o setor e apostar na modernização das explorações agrícolas, pois o setor agrícola deve ser atrativo para os jovens, que são o futuro desta atividade, sendo necessário rejuvenescer a agricultura. Jorge Rita, chamou atenção também, para uma falha grave, que é a tributação de impostos sobre os apoios que vêm da Europa, o que é inaceitável. "Para mim, é uma tragédia, no meu ponto de vista, que tenhamos que pagar impostos sobre estes apoios, é dar com uma mão e tirar com as duas", concluindo, que todas estas questões, necessitam de ser revistas pela UE, para que o setor agrícola se mantenha firme. Por fim, defendeu o reforço significativo do POSEI (Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas), propondo um aumento de cerca de 30 milhões de euros anuais. Esta medida visa combater os rateios nos apoios, que têm comprometido a eficácia do programa, especialmente em períodos de aumento da produção. Argumentou que os agricultores açorianos enfrentam desafios específicos devido à insularidade e ao afastamento dos mercados, sendo essencial uma discriminação positiva para garantir a competitividade e sustentabilidade do setor agrícola regional.
“Este setor, está finalmente a ganhar força nas políticas europeias”
O eurodeputado do PSD, Paulo Nascimento Cabral apresentou a sua visão sobre os desafios da agricultura. Segundo o próprio, "a agricultura é um pilar fundamental da economia açoriana, e é essencial garantir que as políticas europeias reflitam as necessidades reais dos nossos agricultores". Este evento tornou-se numa oportunidade para discutir, de forma aberta e construtiva, para podermos criar um futuro mais competitivo para a agricultura açoriana. Na opinião do eurodeputado, a visão da UE mudou, finalmente reconheceu a importância da necessidade de produção de alimentos, destacou que "a agricultura é a segurança e defesa da geopolítica atual, e é muito injusto que não haja uma atualização do POSEI, desde 2007, contudo pretendemos mudar este fator".
Seguiu-se a intervenção do representante da Comissão Europeia, João Onofre, que abordou a "Visão para a Agricultura e para o Setor Alimentar", documento estratégico e norteador da Comissão Europeia, que foi publicado no passado dia 19 de fevereiro e que servirá de guião para os próximos anos, para uma PAC mais simples, justa e direcionada, a apresentação de 2 pacotes de simplificação para agricultores e empresas, e para promoção de uma agricultura de carbono.
“Um evento a repetir”
A conferência encerrou com um período de debate aberto a toda a comunidade agrícola, o que permitiu a troca de ideias e contributos que enriqueceram a discussão sobre o futuro da agricultura açoriana e europeia, na opinião de Jorge Rita, estas iniciativas deveriam realizar-se com maior frequência, pois tratou-se de um momento de diálogo fundamental para recolher perspetivas e recomendações dos agricultores de regiões ultraperiféricas que irão contribuir para políticas agrícolas europeias mais justas e eficazes, e ajudarão a assegurar um futuro próspero para os nossos agricultores e para o setor agroalimentar da região dos Açores.