
Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
No dia 29 de agosto de 2024, a Associação Agrícola de São Miguel promoveu uma visita ao tradicional campo experimental de Santana, os quais são cedidos pela Associação de Jovens Agricultores Micaelense. Esta visita teve como objetivo apresentar os trabalhos que se têm efetuado na seleção das novas variedades de milho Dekalb para os Açores, tendo sido testado quatro variedades de milho já comercializadas na região e outras oito variedades de caráter experimental.
A preparação do solo para a instalação da cultura do milho deu-se com a passagem de uma charrua de aivecas que permitiu revirar e misturar os materiais do solo até aos 30 cm de profundidade, garantido, deste modo, um melhor arejamento do solo, um melhor controlo das infestantes e também uma melhor incorporação dos restos da cultura anterior. Após esta operação, e por fim, fez-se a passagem de uma rototerra que teve a função de destorroar, alisar e incorporar o fertilizante que tinha sido aplicado antes da passagem da rototerra.
A fertilização foi realizada com base no resultado da análise físico-química deste solo e partindo do princípio que temos uma produção esperada de 60 toneladas por hectare de matéria verde, tendo sido preconizado uma adubação com 75 quilogramas por alqueire do adubo Entec 25-15 a lanço e 50 quilogramas por alqueire do adubo Entec 20-10-10 na linha.
A proteção da cultura fez-se pós a emergência da mesma, às 3 folhas inteiras da cultura, e com as infestantes no início do seu crescimento e desenvolvimento aplicando 1,6 litros por hectare do herbicida Monsoon com o objetivo de controlar as folhas largas e as milhãs e conjuntamente, também, aplicou-se 200 mililitros por hectare do inseticida Judo para o controle das nóctuas e do piral.
Como já foi referido acima, as variedades instaladas no campo experimental de Santana constituíram um grupo de doze variedades comerciais e experimentais com ciclos médio a longo, cuja avaliação foi realizada através da aplicação de diferentes critérios relativamente ao desempenho das variedades, tais como: a análise da sanidade da cultura, o tamanho da planta, a qualidade do grão, o rendimento e a recolha de amostras do material ensilado/variedade para a realização da análise nutricional.
Das doze variedades instaladas no campo experimental de Santana, três merecem especial destaque, sendo elas:
O DKC 5432, FAO 400 longo, uma variedade que apresenta um potencial produtivo muito interessante para sementeiras mais tardias ou para produtores que procuram adotar ciclos curtos, mas sem comprometer a rentabilidade. A variedade destacou-se pelas suas maçarocas cilíndricas, bem rematadas e com inserção média-baixa, na planta.
O DKC 5911, FAO 500 intermédio, cujas plantas médias apresentam folhas largas, maçarocas pesadas e com elevado número de filas. É uma variedade que garante altas produções em matéria seca por hectare.
O DKC 6181, FAO 500 longo, uma variedade muito equilibrada em produção de matéria verde e matéria seca por hectare. Distingue-se pelas suas plantas médias-altas, com folhas largas e eretas. As maçarocas apresentam regularmente um elevado número de grãos, garantindo rendimentos elevados.
Eng.º Nuno Dias