Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
O desempenho reprodutivo das vacas leiteiras de alta produção, em especial das Holstein Frísia, sofreu uma redução gradual desde a década de 80. Infelizmente, a fertilidade de uma raça é uma característica complexa, dependendo de vários fatores, entre eles, a fertilidade do Macho e da Fêmea, a saúde animal, o maneio, o ambiente, a alimentação e as características do parto.
No passado, vulgarmente era associada a baixa taxa de fertilidade à consanguinidade, contudo nos últimos anos, com o aparecimento da genótipagem, conseguiu-se descobrir que não é a consanguinidade em si própria, mas sim a existência de alguns HAPLÓTIPOS específicos da espécie bovina que afetam a fertilidade, e causam 25% de hipóteses de aborto durante os primeiros três meses de prenhez.
Mas o que são Haplótipos?
Em genética, um haplótipo é uma sequência especifica de ADN, uma combinação particular de alelos que são transmitidos juntos de um único progenitor, estes são responsáveis por determinadas características, como por exemplo a cor da pelagem, entre outros. No entanto, os haplótipos também podem transmitir diferentes doenças genéticas, que são letais para os embriões.
Quantos Haplótipos afetam
a Fertilidade?
Nos últimos 10 anos, para a raça Holstein Frísia foram descobertos 6 haplótipos diferentes, designados de HH, e certamente que no futuro irão ser descobertos mais haplótipos.
Cada um deles causa aborto em 25% da descendência, se os pais que os possuem (homozigotos) foram emparelhados.
A perda de fertilidade devido aos haplótipos tem consequências diretas nos custos da exploração, devido ao aumento do intervalo entre partos, diminuição da taxa de conceção e dos problemas que dai resultam essencialmente o refugo involuntário.
Como gerir os haplótipos
num programa
de melhoramento genético?
A gestão dos haplótipos, como em tudo o resto, só se consegue com o seu conhecimento, nos dias de hoje, esta informação é disponibilizada nas provas genómicas, tanto nos touros como nas fêmeas, e apresentada da seguinte forma
C= Portadores:
HH1C HH2C HH3C HH4C HH5C HH6C
T= Testados não portadores:
HH1T HH2T HH3T HH4T HH5T HH6T
Exemplo
Prova genética de touro X
HH1T HH2T HH3T HH4T HH5C HH6T
Esta informação significa que o touro é portador do haplótipo HH5 e livre dos restantes.
Com base nesta informação, de uma forma genérica, os programas de emparelhamento mais sofisticados, quer com base na previsibilidade da média parental (quando não há prova genómica), quer com base no conhecimento mais aprofundado da prova genómica dos animais (machos e fêmeas) evita e alerta para o não emparelhamento de animais (Homozigóticos) portadores destes haplótipos letais, reduzindo o risco dos problemas de abortos descritos anteriormente.
Em suma, é extremamente importante controlar e gerir os haplotipos entre os animais não eliminando reprodutores dos programas de seleção e melhoramento genético. Para este efeito a Cooperativa União Agrícola, tem á disposição dos associados, parcerias com laboratórios de forma a realizar genotipagem, assim como programas de emparelhamento, que de acordo com os objetivos definidos pelo agricultor, o ajudam atingir resultados pretendidos, melhorando a eficiência da sua exploração.
Henrique Moniz Lourenço
Eng.º Zootécnico