Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
A silagem de milho é um dos componentes mais importantes na alimentação dos bovinos. Apresenta alta digestibilidade, palatabilidade, rico em energia, sendo excelente para a produção de carne e leite.
Para se obter uma boa silagem de milho há que ter em conta os seguintes processos:
1. Preparação do terreno
para a sementeira de milho;
2. Escolha das variedades
de milho a semear;
3. Acompanhamento
da cultura, desde a sementeira
à colheita;
4. Colheita;
5. Local para ensilagem;
6. Compactação do silo;
7. Cobertura do silo;
8. Abertura do silo.
É importante ter em conta teores menores de FDN (Fibra Detergente Neutro), que representa a fração fibrosa do alimento na parte verde da planta e, com uma alta quantidade de grãos, resulta numa silagem de melhor qualidade.
Assim, devemos ter em conta o momento ideal para a colheita de milho. Podemos fazer esta avaliação através da maçaroca, partindo-a a meio e verificando se o grão se encontra entre 1/3 a 2/3 da linha do leite, o que representa entre 30-35% da matéria seca. Na altura do corte, o tamanho das partículas deve estar entre os 6 a 15mm, com um tamanho médio de 8 mm.
A compactação do silo deve ser feita com passagens consecutivas do trator, de modo a expulsar a maior quantidade de ar possível. A silagem deve ser espalhada uniformemente por todo o silo em camadas de 0.5 metros, de forma contínua, camada a camada. A última camada deverá ficar um pouco acima dos bordos superiores das paredes laterais do silo para evitar o surgimento de bolsas de ar por dificuldade de ajustamento do plástico à matéria da forragem ensilada.
É importante um bom isolamento do silo, para que não haja passagem de ar nem água, assim: o isolamento deve ser feito o mais rápido possível, reduzindo ao máximo a exposição ao oxigénio; devem ser feitos drenos à volta do silo; colocar terra ou areia a um máximo de 0.5 metros à volta de todo o silo, mas nunca colocar terra ou pneus no topo (substituir a terra ou os pneus no topo do silo por mangas cheias com areia); o plástico usado para a cobertura do silo deve ter uma proteção UV elevada; proteger o silo do ataque de roedores utilizando dispositivos de captura ou utilizando uma rede de cobertura.
A cobertura da silagem pode ser feita com o plástico SiloProtect de 125 µm e com uma hermeticidade de 250cc/m2/dia. É um plástico com elevada proteção UV; apresenta dupla face; tem proteção alimentícia, para que as partículas de polietileno não migrem para a silagem; hermético ao O2; alta resistência (mas atenção: não colocar excesso de terra à volta e por cima do silo); fácil aderência.
Para um isolamento ainda mais eficiente, pode ser usado o Isolstar Flex, com uma espessura de 40 µm. Este plástico foi concebido para ser colocado entre a silagem e o plástico preto; tem uma elevada aderência à silagem e uma hermeticidade de 180cc/m2/dia.
Para uma melhor conservação da silagem pode ser usado o Fungistat. É um produto pronto a usar; altamente concentrado; ideal para prevenir o crescimento de fungos e leveduras e evitar um posterior aquecimento, especialmente indicado se a humidade for superior a 10%; apresenta baixa volatilidade e tem uma penetração muito rápida na forragem.
Finalmente, poderá fazer-se abertura do silo passados 21 dias. Após a abertura do silo, deve ser usado um sistema de extração limpo e frontal para fornecer a silagem ao gado. Também é recomendada a recolha para análise laboratorial de amostras da silagem, deste modo, os resultados poderão ser avaliados pelos especialistas em nutrição animal e, assim, calcular a dieta mais adequada para o gado leiteiro, maximizando a produção de leite.
Ana Bárbara Romãozinho
Engenheira Zootécnica