Fábrica de Rações Santana
A Nutrição ao Serviço da Lavoura
“O conhecimento tem que ser constantemente melhorado, desafiado e aumentado, caso contrário desaparece” Peter Drucker A mamite e sua prevenção Por mamite entende-se uma inflamação da glândula mamária. Essa inflamação resulta quase sempre de uma infeção bacteriana. Podemos classificar a mamite de várias formas, dependendo do critério utilizado. Relativamente ao tempo que o processo decorre, pode ser aguda quando é recente ou crónica caso já ocorre há dois meses ou mais. Relativamente à apresentação clinica, pode ser mamite clínica quando temos alterações visíveis na vaca (quebra brusca de produção, quartos quentes, inchaço, apatia, febre, etc.) ou no leite (farrapos, aguadilha, etc.) Já na mamite subclínica não temos alterações visíveis na vaca ou leite, apenas temos um aumento de células somáticas. Há muitas estratégias que podem ser seguidas para curar uma mamite, no entanto a abordagem mais rentável passa por uma prevenção eficiente e a maior redução possível de novas infeções. Sendo que a infeção entra pela extremidade do teto, é nesta zona que devemos aplicar muitos dos nossos esforços. A utilização de um produto após a ordenha (pos dip) formador de barreira é uma medida defendida à décadas e que se mantem tão importante como atual. Queremos utilizar um produto que mate as bactérias mas também que permaneça e seja absorvido o máximo pela pele, assim como atue como suavizante e hidratante da pele. Uma pele lisa e macia mantem-se muito mais limpa! É essencial utilizar produtos de boa qualidade, onde estes vários aspetos são respeitados e com substâncias que não sejam prejudiciais para os animais. A utilização de um produto antes da ordenha tem-se vindo a tornar cada vez mais importante. Existem vários métodos, como a utilização da espuma seguida da limpeza com papel ou pano, a panos molhados, pulverização, toalhitas, etc. Neste momento é essencial adaptar o procedimento às condições disponíveis. Num cenário ideal, a utilização de espuma seguida de limpeza com papel é o método mais eficaz. Na escolha do método para a preparação é necessário manter os princípios de ordenhar um teto limpo e seco. A utilização de água é normalmente desaconselhada porque arrasta a sujidade e as bactérias para a extremidade do teto, sem qualquer ação capaz de matar ou neutralizar as bactérias. Ao ordenhar tetos molhados vamos ter as tetinas a escorregar mais (liner slip), que projeta leite de uns tetos para os outros a grande velocidade. Sendo os dips produtos químicos, a estabilidade dos produtos é muito importante. Os desinfetantes são substâncias que reagem facilmente e podem-se degradar com o contacto como ar, sujidade ou outros componentes da formulação. É essencial utilizar formulações testadas e de fabricantes fiáveis, de forma termos a certeza que o produto que utilizamos cumpre as funções para as quais foi comprado. Rui Cepeda Médico Veterinário