A Federação Agrícola dos Açores é um parceiro do diálogo, da concertação social e da definição das políticas públicas regionais | Agricultor 2000


O Presidente do Governo Regional dos Açores sublinhou o prestígio, o carisma e a credibilidade da federação que celebrou 30 anos desde a sua fundação.

A Federação Agrícola dos Açores (FAA) é "um parceiro do diálogo, da concertação social e da definição estratégica das políticas públicas regionais", afirmou José Manuel Bolieiro, no discurso de encerramento da cerimónia evocativa dos 30 anos da fundação da FAA. O presidente do Governo Regional dos Açores sublinhou o prestígio, o carisma e a credibilidade construída e conquistada pelo movimento federativo não só a nível regional, mas também nacional e europeu.

"Estamos a celebrar 10.950 dias. Transformo a data de aniversário em dias, porque na agricultura não há feriados, não há fins de semana, e é bom perceber a dimensão da dedicação e da atividade, quando é celebrada em termos de décadas ou anos. Mas são esses 10.950 dias que provam a dedicação, o empenho e atividade de cada um e de todo o movimento associativo", assinalou.

O presidente do executivo enalteceu o passado da federação que, agregados sob o lema "Unidos somos mais fortes", criaram condições para que a agricultura açoriana falasse a uma só voz. "Estou bem recordado quando foi criado na Região Autónoma dos Açores o Conselho Regional de Concertação Social, de verificar da importância da representação na economia produtiva e de valorização dos produtores, no diálogo e na concertação social, fazer a agregação do movimento associativo das nossas ilhas, para um entendimento federativo dos Açores. E é este exercício de agregação que representa bem o papel que tem desenvolvido a FAA. Foi um esforço meritório de todos, desde a primeira hora, incluindo aqueles que faziam parte das associações agrícolas ainda pré-Federação Agrícola dos Açores, e que se movimentaram na participação do Conselho Regional de Concertação Social para a futura construção da FAA. É já uma visão estratégica destes dirigentes da importância de "Unidos mais fortes", melhor representação do setor, melhor entendimento da realidade plural dos Açores", afirmou.

E para José Manuel Bolieiro, houve três fatores que possibilitaram que o setor primário se unisse em torno da Federação Agrícola dos Açores, e que foram alcançados porque houve um envolvimento com os seus representados, com a atividade representada, com o contacto com a realidade e pela capacidade de participar no diálogo e na concertação dos decisores. E esses fatores foram a credibilidade, o prestígio e o carisma. "Para que os representados, o movimento associativo e a federação possa ser voz ativa na formulação de decisões, nas quais eles próprios podem ser destinatários, mas podem ser coautores das mesmas", acrescentou.

O presidente do governo açoriano abordou ainda o presente da Federação e o papel que desenvolveu, fruto do prestígio, credibilidade e carisma adquirido, considerando que foi "o interlocutor das políticas públicas de consequência no diálogo. Soube, porque se envolveu sempre com a realidade efetiva e não com o ouvir dizer das coisas, intervir na identificação dos problemas e no reconhecimento das oportunidades".

Bolieiro elogiou o papel desempenhado pela Federação e pelos decisores políticos aquando do surgimento do primeiro caso de BSE, que, através da "ligação inteligente, cúmplice no sentido positivo, entre governantes e economia e seus representantes na economia do setor primário" evitaram a densificação do problema, contendo-o. O presidente do governo enunciou ainda mais dois momentos onde a força da FAA foi evidente, como no fim da quota leiteira e a luta pela melhoria dos rendimentos dos agricultores.

"Em todos os momentos em que se parecia haver confusão sobre a bondade da solução ou o risco da mesma, a Federação tomou sempre posição assertiva: o fim das quotas leiteiras seria um problema eventual para o rendimento. E era preciso das duas uma: ou ter a força influenciadora para evitar o fim; ou, no caso de não ser possível evitá-la, encontrar soluções compensadoras", afirmou, acrescentando que "a causa do preço justo, da valorização do rendimento, em toda a cadeia de valor, foi uma causa abraçada pela FAA desde o primeiro instante e com inteligência, para conseguir agregar todos os atores para ganhar esta causa".

Por último, olhando para o futuro, o chefe do executivo açoriano considerou que a Federação Agrícola dos Açores será um "auxiliar na definição da estratégia futura", que não será somente a nível regional ou mesmo nacional, mas sim europeu.

"No quadro da economia verde, na ideia do desenvolvimento sustentável, nós podemos, os Açores e a FAA, deixar demonstrada que fomos um agente, desde sempre, capaz e exemplar do que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, ao cumprimento das obrigações de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas ou da Agenda Europeia da Sustentabilidade, para termos uma voz ativa na reivindicação pelo exemplo que fomos, que somos e pela dimensão que queremos ser na dimensão estratégica da economia verde para a Europa, e com direta influência no nosso desenvolvimento, na fixação das nossas populações, no potencial da nossa economia produtora e produtiva e na compreensão da descontinuidade territorial que representamos para a Europa, enquanto projeção atlântica que somos".