POEMA - O Agricultor | Agricultor 2000

O Agricultor


Pode haver quem reine sobre a terra e o mar

Nobre e altivo na sua forma de estar

Tal é o soldado que cavalga e com orgulho defende

Ou o marinheiro que navega em mares que não entende

Mas isso ou aquilo, ou tudo que foi, ou possa vir a ser

É o agricultor que lhes dá de comer

 

O escritor pensa

O poeta canta

O artesão fabrica maravilhas que nos espanta

O médico cura

O advogado defende

O mineiro procura o ouro que lhe rende

Mas é o agricultor que lhes dá de comer

 

O comerciante pode vender e comprar

O professor pode habilmente ensinar

E os homens deambular por entre dias atarefados

Ou vagar com a graça dos mais relaxados

Não importa, tanto rei como pedinte

Mas isso ou aquilo, ou tudo o que foi, ou possa vir a ser

É o agricultor que lhes dá de comer

 

A profissão de agricultor é de alto valor

Porque ele é parceiro do céu, da terra e de todo o ser

Negociando com o sol, a chuva, o frio e o calor

Pelos que partiram, ou por aqueles que estão por nascer

Pois daquilo que ganha, nenhum homem fica a perder

É o agricultor que lhes dá de comer

 

Deus abençoa o homem que semeia o trigo

Que nos cria o leite, a carne e a fruta

Que a sua bolsa nunca fique devoluta

Que o seu coração seja justo, para nosso abrigo

Que o seu gado e milho possam sempre florir

Pois, abençoadas a semente que das suas mãos deixou cair

Por isso ou aquilo, ou todo ou que foi, ou possa vir a ser

É o agricultor que a todos tem de dar de comer.

 

Tradução adaptada do poema de Emelia Barr.

“The Farmer”

 

Álvaro Manuel Pacheco Teixeira

2018 Ribeira Grande