Comissário Phil Hogan é aplaudido ao anunciar que não haverá cortes no POSEI | Agricultor 2000


O Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, veio aos Açores anunciar que os anunciados cortes de 3,9% no POSEI vão ser restaurados e que o POSEI vai ficar de fora do plano estratégico. "É mais seguro continuar como estão", esclareceu Phil Hogan que foi bastante aplaudido quando deixou a garantia que não haveria cortes nas verbas do POSEI.

No Encontro - Diálogo com os cidadãos sobre "O futuro da Política Agrícola Comum (PAC)", o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, deu a grande notícia aos muitos agricultores presentes: afinal os anunciados cortes de 3,9% no orçamento do POSEI não seguiriam em frente e as verbas daquele programa manter-se-iam para os Açores e restantes RUP's.

O Comissário Europeu foi aplaudido assim que anunciou que "estou aqui para dizer que esses 3,9% serão restaurados. Temos de corrigir isso e é melhor reconhecer que fizemos um erro e restaurá-lo, e os 3,9% vão ser restaurados".

Primeiro Phil Hogan fez questão de se assumir também como ilhéu, já que é natural da Irlanda, e manifestou conhecer alguns dos constrangimentos que se colocam a uma Região Ultraperiférica. E garantiu que os programas de promoção da União Europeia "oferecem valiosas ferramentas para os vossos projetos de qualidade. Estou aqui para dizer que os Açores podem sentir-se orgulhosos no mercado da comida mundial", já que elogiou o leite, a carne e principalmente os queijos dos Açores.

Referindo que os dois eurodeputados eleitos pelos Açores, Sofia Ribeiro e Ricardo Serrão Santos, "vão ser muito importantes nas negociações da proposta", Phil Hogan também fez questão de dizer que "também estarei lá para ajudar no que puder", lembrando que o Ministro Capoulas Santos "vai ser a vossa voz no que diz respeito à PAC e à discussão do orçamento".

Em jeito de justificação dos anunciados cortes de 3,9% do POSEI, Phil Hogan traçou o cenário que se vive atualmente na União Europeia. "Temos um problema e um desafio que é a primeira vez que um país sai da União Europeia e infelizmente é um dos grandes, o Reino Unido que deixa 12 biliões de euros a menos no orçamento geral da União Europeia", explicou ao acrescentar que "todos os Primeiros-Ministros dizem que precisam de mais dinheiro para agricultura mas no dia seguinte dizem que precisam para novas prioridades da Europa, como a segurança, a defesa e a emigração. É uma questão de escolhas políticas quando se tem uma pequena fatia de dinheiro. Concordo com o que dizem que se temos mais prioridades precisamos de mais dinheiro, caso contrário não pode ser feito".

Referindo então que os cortes de 3,9% não seguirá em frente, Phil Hogan deixou também claro que "o POSEI vai manter-se fora do plano estratégico e continua como está. É mais seguro continuar como está.", disse.

Já a questão do desenvolvimento rural "é outra área muito importante e temos de trabalhar em conjunto. Precisamos de unanimidade dos Estados-Membros quando se fala em dinheiro. É um acordo difícil porque quando temos países a dizer que devemos ter menos dinheiro na PAC e quando temos menos países na União Europeia, não é fácil de resolver este problema".

É por isso que Phil Hogan entende que as negociações que se seguem têm de servir para "convencer esses países a ser unânimes" e convencê-los que "precisamos de mais contributos para o orçamentos e não deve ser às custas da agricultura e coesão. Mas vai ser um desafio. É a batalha que temos pela frente e que vamos continuar a defender para que os agricultores dos Açores e da Europa continuem a ter algum nível de proteção", manifestou o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural.