AASM entrega prémios de excelência, mantendo reivindicação de aumento do preço do leite | Agricultor 2000


A qualidade do leite produzido nos Açores, e concretamente em São Miguel, ficou bem patente na apresentação e entrega dos prémios de excelência das explorações e animais, no contraste leiteiro de 2015 e 2016. Apesar da qualidade, o preço do leite não tem sido consonante com esta excelência e o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, fez questão de considerar "lamentável" que as indústrias não acompanhem em termos de preço pago à produção, esta evolução da qualidade

A Associação Agrícola de São Miguel fez a apresentação e entrega dos livros de contraste leiteiro de 2015 e 2016 e premiou as melhores explorações e os melhores animais de São Miguel, sem esquecer que a qualidade do leite regional deve ser acompanhada de melhores preços pagos à produção.

Depois de reconhecer que o contraste leiteiro é "uma ferramenta extraordinária para melhorarmos as nossas explorações", o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, referiu que os prémios agora atribuídos são "uma mostra inequívoca" de um caminho de excelência que está traçado "há muitos anos".

Essa evidência ficou bem patente, em que houve um aumento substancial da produção de leite, da matéria útil, do numero de vacas excelentes e do número de vacas a produzir mais de 100 mil quilos de leite, o que é uma nota muito positiva, no trabalho que se tem feito para aumentar a longevidade dos animais, que é a forma de rentabilizarmos ao máximo as nossas vacas", confirmou Jorge Rita.

O contraste leiteiro é importante para o produtor ter o conhecimento de todas as vacas da sua exploração, "quer ao nível da produção de leite, da matéria útil, da qualidade do leite ao nível das CCS e Ureia, para que haja uma melhor gestão da exploração". O Contraste Leiteiro tem alguns custos e a ajuda vinda do POSEI não é suficiente, porque começa a haver cada vez mais rateios", explicou o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel que acrescentou que "se não existirem mais verbas para alocar ao POSEI, o custo fica acrescido para que se mantenha o nível e qualidade deste serviço".

Num momento "de autoestima para os nossos produtores", Jorge Rita fez questão de reafirmar que estes têm apostado na genética e no maneio alimentar, para que a qualidade do leite dos Açores sobressaia e, com isso, se possa melhorar o rendimento dos produtores. Até porque "todo esse trabalho feito pelo melhoramento genético nas explorações, tem sido provado todos os anos e em todos os concursos, em que temos as melhores vacas e as melhores produções" e a prova é que mais de 70% das vacas de Portugal com classificação "excelente" está nos Açores.

"O nosso leite é extraordinário, pena é o preço a que é pago depois de tanto trabalho das Associações, do Governo e dos produtores que investem no melhoramento genético, no contraste leiteiro e nas ferramentas que auxiliam e potenciam o melhoramento da qualidade do leite", afirmou Jorge Rita.

O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel fez questão de salientar o "crescimento exponencial a todos os níveis" no setor do leite na Região, mas "esse crescimento não é correspondido no nosso rendimento por via dos aumentos do preço do leite. É lamentável", reforçou.

"Vejo caras felizes pelos prémios mas tristes porque o rendimento é muito baixo. E é isso que tem de se inverter e o Senhor Secretário Regional e o Governo, podem ter ferramentas para atenuar a situação: continuar a reestruturação do setor, voltarmos às reformas antecipadas e reativar a ajuda dos 45 euros por vaca", afirmou Jorge Rita.