Novo Mercado Agrícola de Santana dignifica os agricultores | Agricultor 2000


Já foi inaugurado o novo Mercado Agrícola de Santana que terá capacidade para a venda de animais, produtos hortofrutícolas, plantas e sementes e que também contará com uma loja para venda de produtos regionais e artesanato. O novo espaço custou cerca de 350 mil euros e o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, salientou a importância do novo espaço para o setor. Jorge Rita anunciou também que a nova estrutura estará já voltada para o turismo, passando a estar incluída num roteiro turístico de conhecimento sobre o setor, onde serão também incluídos uns kits com produtos regionais para turistas. O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel anunciou também a criação de um Centro Interpretativo da Agricultura que deverá avançar no final deste ano.

Já foi inaugurado o novo mercado agrícola de Santana, que vai substituir a venda ao ar livre que decorria semanalmente às quintas-feiras em frente às instalações da Associação Agrícola de São Miguel. O novo espaço, que representou um investimento de 350 mil euros, tem uma área total de 2.200 metros quadrados, sendo que 1.200 metros quadrados são de área coberta. O novo mercado divide-se em três áreas destinadas a animais, produtos hortofrutícolas e plantas e sementes, e conta também com uma loja para venda de produtos lácteos e artesanato.

Para o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, esta "pequena obra, que não é megalómana nem é uma obra de milhões, mas que tem um significado importante", tem um grande simbolismo para os agricultores.

A lacuna de uma estrutura deste género existe desde há muitos anos, referiu Jorge Rita que lembrou que "esta feira foi feita durante muitos anos na cidade da Ribeira Grande e que depois, transitou para o espaço de Santana mas nunca teve as devidas condições".

Agora, a "obra agradável", ganhou vida e apesar de não ser de luxos "tem a dignidade que merecem todos aqueles que irão estar com os seus animais, com as produções e para todos aqueles que visitem a feira". A tradicional feira das quintas-feiras é normalmente "quando muitas vezes as pessoas se apercebem e que tomam conhecimento das realidades do setor, e normalmente as quintas-feiras são bem aproveitadas nesse sentido".

Durante a cerimónia de inauguração do novo mercado agrícola, Jorge Rita fez notar a presença do Secretário Regional da Agricultura e Florestas e dos presidentes de Câmara como sendo "um sinal inequívoco de todos estarem a acarinhar este tipo de obra porque todos sabemos que as tradições, e aquelas que têm muitos anos como as feiras, são cada vez mais importantes não só para aqueles que as utilizam, como também para aqueles que nos visitam".

Porque "vivemos num paradigma diferente do passado" era importante salvaguardar as condições higiénico sanitárias do novo espaço e a dignidade de quem ali vende os seus produtos e de quem compra. Neste sentido, o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel anunciou a intenção de criar um roteiro turístico naquele espaço "que não é de ninguém, mas acaba por ser de todos, essencialmente dos agricultores". Um roteiro turístico de conhecimento "do que é a nossa realidade, daquilo que nós produzimos, do modo que nós produzimos, da degustação do que produzimos aqui no nosso restaurante e nos kits de vendas que iremos ter numa loja comercial de todos os produtos dos Açores, principalmente para aqueles que nos visitam".

Já a pensar no grande fluxo de turistas que têm chegado aos Açores, "nada melhor do que saber aproveitar e potenciar aquilo que nós temos que são os nossos produtos da área agrícola, quer nas hortícolas, quer nas frutícolas, quer na área dos lacticínios e em todos os outros produtos regionais".

Um projeto também virado para os turistas, que será complementado com a criação de um Centro Interpretativo da Agricultura que deverá avançar no final deste ano. Jorge Rita deixou também um apelo aos presentes para que "sintam que esta casa também os defende, também os acarinha, também os chama e também lhes proporciona condições para eles venderem os seus produtos com o máximo de dignidade".

Jorge Rita deixou claro que o novo mercado agrícola de Santana "foi feito pela Associação Agrícola de São Miguel, terá a comparticipação e ajuda do Governo Regional. Foi uma obra acarinhada pelo antigo secretário e terá a colaboração direta do atual Secretário Regional". Também à Câmara Municipal da Ribeira Grande, Jorge Rita dirigiu um agradecimento pela "disponibilidade ao nível dos licenciamentos e acessibilidades e ficará encarregue, para além daquilo que já foi feito, de manter as acessibilidades com a qualidade rodoviária que este espaço cada vez mais precisa porque as visitas que vão feitas a este espaço são cada vez maiores e mais acentuadas".  

A propósito da melhoria do rendimento dos agricultores, Jorge Rita falou inevitavelmente do setor leiteiro e manifestou a expectativa dos mercados continuarem favoráveis. "Houve uma ligeira subida do preço do leite. Há grandes estrangulamentos na produção de leite mas a expectativa legítima de todo o produtor de leite é que, se os mercados estão a melhorar, devem melhorar para todos porque quando os mercados pioram, pioram para todos", disse.

Jorge Rita lembrou que quando os mercados pioram, os produtores "são os primeiros a sentir na pele porque as baixas são muito proativas mas quando os mercados melhoram, as subidas são demasiado reativas".

O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel referiu que o Governo Regional tem "instrumentos que valorizem o leite na Região" e reconhece que "tem feito um esforço nesta matéria". No entanto, Jorge Rita afirmou que "não sei se as indústrias têm sabido aproveitar esse esforço. Não sei se ao nível dos mercados se tem potenciado a marca indelével, que é a Marca Açores, com a excelência dos nossos produtos. Isto é que é relevante. A forma como produzimos leite nos Açores é diferente da forma como se produz leite em todos os outros lados. Esta é que é a vantagem, esta é que é a nossa bandeira", referiu.

Jorge Rita disse ainda que "quando só uns têm benefícios, prejudicam claramente os outros. Os benefícios têm de ser para todos e o Governo Regional tem um papel preponderante e estratégico. E quando for para pagarmos os pagamentos por conta e pagar IRS, ninguém é beneficiado, todos pagam por igual. É preciso que tenhamos isso em atenção", referiu.

Jorge Rita lembrou que apesar dos tempos difíceis que ainda se vivem no setor "existem condições para termos algum otimismo" e o rendimento dos agricultores possam vir a melhorar.

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